Artigos / Cultura Empresarial
Artigos / Cultura Empresarial
O que a sua empresa de AL faz?
Apenas provê um teto para turistas que pagam o seu sustento e dão lucro ao proprietário?
Se a resposta for sim, talvez este texto não seja para si, porque o que quero discutir é algo mais profundo: o propósito.
Propósito este que, sim, sustentará o seu negócio e gerará lucros ao proprietário, mas que trará, de forma natural, algo ainda mais valioso: uma marca com maior valor percebido pelo hóspede, pelo proprietário e pelo investidor.
O impacto da sua marca na perceção de qualidade nas mentes dos proprietários e hóspedes é significativo e não deve ser ignorado se a sua empresa pretende prosperar a longo prazo num ambiente em constante profissionalização.
Sem entrar no mérito do real nível de qualidade do seu serviço, a associação mental entre uma marca bem percebida e a sua potencial qualidade é direta e gera uma sensação inerente de confiança, capaz de quebrar importantes barreiras no processo de perceção de valor.
Na prática, desde a brochura de apresentação entregue ao proprietário até à qualidade das amenities oferecidas ao hóspede, tudo comunica o esmero e a atenção investidos nos diversos pontos de contacto, digitais e físicos, e reforça a perceção de qualidade do serviço.
Daí a importância de investir em branding. Esta palavra, ao meu ver, é mal utilizada em diversos meios. Ela não está apenas relacionada a como a sua empresa é vista, mas sim a como é percebida naturalmente.
Vai além da logomarca e está ligada à mensagem subliminar que a empresa transmite, tanto interna como externamente. Manifesta-se no posicionamento estratégico (arrojada, conservadora, séria ou disruptiva), na escolha do seu diferencial (atenção ao hóspede, qualidade das propriedades, foco em resultados) e também na maneira como os seus colaboradores são contratados, tratados e agem de forma espontânea.
É fácil perceber a aplicação deste conceito em marcas consolidadas.
A Volvo é vista como uma marca de automóveis que pauta pela segurança.
A Nike está associada à ideia de que o desporto é para todos.
Mas no seu mundo do AL, onde a rotina é inimiga das surpresas, aplicar o branding requer paciência e visão de longo prazo.
Numa pequena ou média empresa, trabalhar o branding exige muito esforço. A verba é limitada, a equipa é enxuta e o dono (você) é quem molda a cara da empresa com as suas crenças e, por que não dizer, manias.
Mas não leve isto para o lado pessoal. Mesmo nas grandes empresas, há dificuldade em manter padrões e valores, muitas vezes pela falta de alguém que garanta a aplicação consistente das regras de comunicação.
O branding, sem ser nutrido, perde-se e morre por entre equipas mal treinadas, proprietários mal atendidos e, muitas vezes, no excesso de lucro (talvez nos tempos em que o lucro ainda era abundante...), que ofusca a necessidade de tratar o que realmente importa: a razão pela qual há clientes de ambos os lados da mesma moeda.
Para ser eficaz, a sua marca e os seus valores precisam ser vividos no dia a dia.
Seja no momento da compra de novos lençóis, pela escolha da qualidade ideal, seja no gesto de oferecer ajuda ao hóspede, é essencial que o cliente relacione o bom atendimento à marca da sua empresa.
Branding é como a fé. É preciso acreditar e, acima de tudo, agir.
Pense nisso e comece, sem se preocupar com quando irá terminar. Branding é um caminho contínuo, não um projeto com prazo.
Ah! Sem qualidade na entrega, este post não tem validade.
A marca e os seus valores não se sustentam, seja qual for o esforço que faça.
Mas isso já sabe, os bad reviews não o deixam esquecer.